Leka e Kaverna

Thursday, June 09, 2011

PARADA DE RUA


Namorado e filho apreciando PARADA DE RUA - LUME. Foto by Leka.

1º de maio, 16h, Praça Tubal Vilela – Uberlândia/MG

Estranhar, pelo fato de esperar uma narrativa linkada. Mas, apreciar por ver expostos na rua corpos vivos e extra cotidianos, e potencialidades vocais conquistadas com todo o afinco que o grupo LUME Teatro nos oferta com seus tantos anos de trabalho (desde 1985), tornando-se uma das companhias mais renomadas do país.
O título “Parada de Rua” nos remete ao ato de desfilar em comemoração a algum dia festivo. No caso, casou-se com a data de 1º de maio, DIA DO TRABALHADOR, e ao mesmo tempo, instaurou-se um clima de zombaria com a data devido a presença clownesca na “peça”, mesmo que nenhum ator usasse a máscara, mas percebeu-se as características da palhaçaria quando o cortejo “cênico-musical” percorreu a Praça Tubal Vilela em Uberlândia. Ora se viam em cena loucos, ora uma fanfarra militar, ora atores/músicos/performers tocando, dançando, cantando músicas populares do Brasil e do mundo. O grupo explorou o espaço da praça, movendo o aglomerado de pessoas (a grande maioria do meio teatral, como sempre) a segui-los, instaurando o clima festivo e alegre das comemorações coletivas.
O fluxo de movimentação constante, muitas vezes desnecessárias, e o fechar do público em redor do grupo, como numa grande roda de ciranda, mas em alguns momentos com uma circunferência apertada para os parâmetros da praça, foram fatores negativos do espetáculo, pois cansou e impediu pessoas de poderem ver o que acontecia no centro da apresentação. Tantas vezes fiquei a apreciar apenas o que eu ouvia, mas nada via.
Em 14 anos de “Parada de Rua”, uma vez que a estreia deu-se em 1997, creio que a “performance” do grupo tenha conseguido sempre estabelecer um acontecimento único, que nunca se repete, uma vez que está em intercâmbio com diversas culturas e diversos públicos, penso em como o grupo incorpora isso e como tudo isso reverbera em mais de uma década da mesma apresentação que nunca é a mesma.