Leka e Kaverna

Monday, December 24, 2012

Feliz 2013!!!


É aquele famoso tempo de fazer as reflexões para o ano seguinte... 2012 se vai, e diga-se de passassem, vai tarde!
Tem sempre um ano na vida da gente que se resumiria em básicas palavras: POR QUÊ?
Nesse momento natalino não quero aqui relatar os fatos que não deram certo em 2012 e que ocasionaram essa reação em cadeia de desânimo e incredulidade em mim... quero deixá-los guardados na minha cabeça e sempre que possível, revisitá-los, sem traumas, para que eu possa aprender mais com eles, para que eu não os repita!
Mas agora é tempo de encher-se desse espírito que renova todas as esperanças, dá colorido aos sonhos e magicamente nos dá mais força para suportar.
  Quero que as pessoas que me acrescentaram em 2012, continuem a fazer parte da minha vida, mesmo que tantas vezes à distância, devido à correria do mundo moderno...
Quero que todas as cores, sabores e perfumes que me encantaram em 2012 continuem me encantando em 2013... e quero descobrir mais possibilidades em 2013...
Não farei nenhuma lista de desejos para o próximo ano, vou apenas, e isso já é de uma grandeza imensa, viver cada dia como se fosse uma nova oportunidade, logo, terei 365 oportunidades de fazer valer a pena, 365 oportunidades de poder mudar o que não está bom, 365 oportunidades de ser uma pessoa melhor, 365 oportunidades de fazer o bem às pessoas a minha volta, 365 oportunidades de ser feliz!
Desejo a todos um FELIZ NATAL e um 2013 cheio de PAZ, AMOR, SAÚDE e VERDADE!!!

Sunday, November 11, 2012

Burtoniando...

O crítico vai ao programa da mulher e diz: "Se você não é fã de Tim Burton, melhor nem chegar perto do cinema!", a respeito de "Frankenweenie", ao que a mulher responde: "Ai, também, com um cachorro feio desses...", a respeito do Sparky 'frankensteinezado' da história...

Aí eu fico possessa da vida... Tim Burton tem sido o Judas dos críticos em 2012, tamanha malhação ao seu trabalho!!!

Primeiro, o cara é o cara, e que se danem as opiniões de todos!!! Tudo em volta dele transpira mistério, tenebridade, e seus personagens estão sempre sendo comentados ou copiados por aí em alguma coisa!!!

Acabaram com "Dark Shadows" por este não "fazer rir" ( provavelmente queriam uma comédia tão idiota quanto filmes que nem passo perto, tipo "Se Beber Não Case", "O virgem de 40 Anos" e afins) e ainda defenderam que está na hora do trio Depp, Carter e Burton se desfazer!!!

 Acabaram com "Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros" pelos exageros: mas, amores, esses exageros fazem parte do sobrenatural, e só para constar, Abraham não dá uma machadada e parte a árvore ao meio, ele dá NOVE machadadas com ódio e parte a árvore que NÃO é grossa ao meio, fiz questão de contar ontem à noite... e a cena dos cavalos e a do trem são hipérboles adoráveis cheias de efeitos especiais idealizadas por um diretor que pode pagar e muito pelas mesmas!!! 


E agora, para fechar o ano com chave de bala de prata sabor punhalada nas costas, vem apedrejar o pequeno cachorrinho do além túmulo e seu dono... 

FRANKENWEENIE foi o filme que mais esperei em 2012 e só tenho a dizer que: THE DOG IS ALIVE!!! 

E sempre estará...

Tuesday, November 06, 2012

Eu, zumbi...

                               Eu, em cena performática na praça TUBAL VILELA/Uberlândia...


A enxaqueca... a maldita enxaqueca, e com ela a reflexão:

Quando você está a algum tempo vivendo uma situação que começou chata, passou a desagradável e agora está insuportável, tentou sair da mesma, mas não conseguiu e "insiste" em vivê-la, mesmo com tudo contra você, parabéns, você é um zumbi!
Ser um morto-vivo que anda a esmo por aí apenas cumprindo suas necessidades básicas está além de ser contaminado pelo terrível T-vírus... muito além...
Repare-se como “ser humano”: você acorda, faz tudo mecanicamente, sai para trabalhar e/ou estudar sem vontade, sem perspectivas, apenas cumpre suas tarefas, o que lhe delegam, sem paixão, sem força, sem vida, come e bebe sem apreciar sabores, cheiros, volta para casa, trabalha/executa outra série de coisas, cansado, sem energia, apenas mentalizando “céeeeeeeeeeeerebro”, que pode/deve ser substituído por “féeeeeeeeeeeerias”..., toma um banho triste e cai na cama duro? A relação com os seus perdeu-se, é óbvia, fria, cheia de cobranças e apontamentos culposos? Os fins de semana passam num piscar de olhos e você sente que não fez nada de produtivo ou divertido? Se houve identificação com essas questões, meus caros, estamos todos no mesmo barco furado à deriva no oceano em busca de um porto seguro.
O pior é que temos consciência da situação! Já tentamos sair delas! Já buscamos diálogos, já protestamos, já brigamos e já até baixamos o nível, já enviamos outros currículos, já cortamos coisas que nos fazem mal, já mudamos, já pedimos, já imploramos, já até nos silenciamos... mas, nada acontece, nada muda. E a gente vai levando, empurrando com a barriga, seguindo a corrente, fingindo que está tudo bem quando tudo está infernal!
A sociedade moderna nos escravizou: você precisa estudar, trabalhar, prosperar, você precisa ser alguém. E você fez exatamente tudo, conforme o plano... mas, acontece que você não está feliz! Você vive mentiras! Você lê mentiras! Você escreve mentiras! Você perdeu a alegria! Você só espera o golpe fatal!

Ontem, entre lágrimas, eu pedi ao meu companheiro: “Por favor, me ajuda, eu não aguento mais, eu não quero mais viver assim”...
Não quero mais ser um zumbi! E estou lutando dia a dia para sair dessa agonia, mas algo não me liberta, parece até macumba (embora não acredite nisso)!

Como podemos lutar tanto para melhorar a vida, fazer o bem, fazer as coisas de forma correta, mas, a mão carrasca da crueldade amputar nossa esperança, nossa tranquilidade, nossa verdade? Até quando seremos zumbis errantes?

Eu sou um zumbi e com enxaqueca!


Sunday, September 23, 2012

RIO: entre erros e acertos


Rio (2011) já começa empolgante! Impossível não mexer uma parte do corpo quando Real In Rio invade a tela e a passarada se deleita com o samba na mata. Também há encanto de cara com a ararinha azul bebê de grandes olhos que remexe as penas no ritmo da folia. Mas, de repente, PAM!, aves aprisionadas por contrabandistas, retiradas de seu habitat natural e enviadas ao frio do exterior.

E embora seja nesse clima que a pequena ararinha azul crescerá, seu coração será aquecido pelo amor que lhe é ofertado por sua dona Linda. Jeito de CDF, Linda é dona de uma pequena livraria onde passa o tempo com Blu, o nome recebido pela arara, que a essa altura já é jovem, robusta, intelectual e um pássaro que vive uma vida tranquila e normal, exceto pelo fato de não ter aprendido a voar.

As vidas dos dois personagens mudam quando Túlio, um jovem e atrapalhado biólogo, especialista em aves, aparece propondo a Linda um cruzamento de sua ave com uma fêmea chamada Jade na tentativa de salvar a espécie da extinção. Linda reluta no início, mas acaba aceitando a proposta que ela julga ser a “opção certa” e embarcam para o Brasil.

Logo o trio chega ao Rio de Janeiro, em pleno CARNAVAL, no “Rio 40 GRAUS, cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos” como bem cantou Fernanda Abreu. As imagens da cidade são tão bem feitas e reais: Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Arcos da Lapa, Praia de Copacabana, que deixam qualquer um de boca aberta. Mas, em minha opinião, o diretor Carlos Saldanha pecou ao estereotipar a população de Rio em sua nova animação.

Na cidade maravilhosa as pessoas só pensam/querem/vivem Carnaval, futebol e samba, tornando-se até figuras “idiotizadas”, como a dentista que cruza a rua da praia vestida como se estivesse prestes a desfilar numa escola de samba, o sério segurança do aviário que espera até estar sozinho no trabalho para ficar mais à vontade arrancando seu usual uniforme e ficando apenas com um top e sunga brilhantes, e até mesmo os dois trapalhões contrabandistas que se caracterizam como estúpidas galinhas para adentrarem a Marquês de Sapucaí. Uma questão que incomoda é: por que será que o grande vilão da história, o contrabandista chefe tinha que ser exatamente um negro do cabelo sarará? Por que o negro não poderia ser o biólogo? E o biólogo branco, por que este não poderia ter sido o contrabandista?

Creio que o problema de Rio também esteja no fato de se estereotipar o comportamento das pessoas, seus habitantes não faziam mais nada a não ser ficarem vidrados no futebol e caírem no samba o dia inteiro. O filme reforçou ao mundo o que o mundo já acredita que seja o Brasil: bunda de fora, festa, bola e favela.

Entretanto, o filme tem sim muitos aspectos positivos, a começar pelos animais que dão um show e estão brilhantes: do casal de araras, passando por todas as outras aves, o cachorro babão e os espertos macacos espiões. Além do mais, a trilha sonora é perfeita, uma pena não ter ganhado o OSCAR 2012 na categoria que disputou. E os cartões postais do Rio de Janeiro também estão muito bem desenhados e convidativos. Aprovo também, embora seja clichê, a mudança de comportamento do garoto da favela, que inicialmente ajuda no rapto do casal de araras, mas, arrepende-se de seu ato e busca consertá-lo, sendo premiado ao final do filme com um futuro melhor. E todos esses acertos valem cada minuto do filme!

Thursday, September 13, 2012

Triste realidade

Hoje fui embora mais cedo do trabalho porque tinha que levar meu filho ao médico. Saí da unidade em que ministro oficinas de Teatro e fui até o ponto do ônibus que não costumo tomar pelo fato desse coletivo que ali passa me levar com mais rapidez ao destino que pretendia na manhã de hoje.

Pronto...

Sentada no banco do ponto, em frente a uma escola, lendo uma VIDA SIMPLES, aguardando meu ônibus, chegam duas meninas, mocinhas de não mais que uns 14 anos, mas ambas vestidas como "vadias do funk": tudo a mostra, e os cabelos já tão descoloridos... meu Deus!!!

O nível e o volume da conversa entre ambas, prefiro nem comentar... só falavam de "agarrar homem" e que uma furaria o umbigo da outra... ok, fiz que não escutava e continuei a ler minha revista... mas teve um momento que não resisti em levantar os olhos e encará-las... foi quando uma disse:

- Ai credo, não aguento mais essa escola! Eu quero ser expulsa igual FULANO, BELTRANO e CICLANO "foi"! Prefiro passar a tarde com a BLÁ BLÁ na casa do TAM TAM. "Cê" vai ver... eu vou fazer um trem bem foda pra eles me "expulsar".

A outra respondeu...

- Eu já falei pra minha mãe que não quero estudar, mas ela me obriga a "vim" pra bosta dessa escola! Que saco! "Vô vê" se eu brigo na sala, aí eles me expulsam!

Uma das meninas, que nem fez questão de me olhar, já foi minha aluna anos atrás no projeto social em que trabalho... fiquei tão triste ao saber de seus planos. Senti-me uma tola, vejo quantas mentes tento mudar todos os dias e só descubro que uma grande maioria, ainda tão nova, sem completar 18 anos, ou está nas drogas, ou está roubando, ou viraram mães solteiras... meu Deus, de que adianta tanto esforço às vezes?

Um que se salva é motivo de comemoração? A culpa é de quem?

E mais... penso nos pobres professores dessas meninas e seus comparsas: ganham mal, saem de suas casas para ministrarem aulas em condições nada ideais ao aprendizado, levam trabalho para fazer nos finais de semana, são extremamente desvalorizados e desrespeitados, e ainda são obrigados a aguentar umas PRAGAS como essas?

E no final das contas... professores ainda são os culpados pelo baixo rendimento de seus alunos! E ai de um professor que tomar uma atitude mais enérgica com projeto de bandido e afins...

Tuesday, September 11, 2012

CRÔNICA DA SEGUNDA-FEIRA

E a mãe pula da cama às 6h, depois da noite mal dormida...
Ela esbraveja, mas se espreguiça... se não for ela, quem será?

_Acorda, menino!!!
Mas hoje não será dia de musicar...
Será aquele dia, o dia D do menino,
dia manchado de vermelho!

E lá vão, os dois:
Entram no ônibus lotado, saem do ônibus lotado,
atravessam a rua movimentada,
pegam a fila,
pegam a senha,
pegam a outra fila,
pegam a outra senha,
vão pra sala de espera... e esperam!!!

Número 347!!!

O menino começa o chilique...
Está com medo...
E senta, e dá-lhe agulhada!
E dá-lhe pressão cair!
E dá-lhe passar mal!
Rápido, o menino precisa se deitar, o menino precisa de sal...
E dá-lhe café na lanchonete...

E voltam pra casa...
E o menino quer ir pra escola,
e a mãe não deixa,
não se pode ir à escola com um olho desse jeito...
Conjuntivite!!!

E a mãe precisa ir, e deixar o menino se virar...
ela tem que trabalhar...

E lá vai ela...
Passa uma, passa duas, passa três,
passa oito horas fora de casa...
E a mãe retorna...

E mãe e filho contam do dia...
e ela reclama do dia e do calor,
e ele reclama do olho.
E ele quebra um copo!
Será que amanhã o menino vai pra aula?
Talvez, se o olho melhorar...

E o dia acaba, mas a semana só começa...
E tem mais médico e mais isso e aquilo...
E a mãe estará lá... se não for ela, quem será?

Sunday, June 24, 2012

Burtoniana confessa: em defesa de Tim!!!



Cada vez mais busco o distanciamento com a crítica e mais ainda, com os críticos. Mas, faço uma ressalva após ler alguns textos acerca do terrir vampiresco SOMBRAS DA NOITE, dirigido por Tim Burton e estrelado por Johnny Depp. Primeiro: gente, não consigo acreditar que não entenderam que o filme é um terrir! Mistura terror, fantasia e comédia, pronto, entendam isso, é simples assim! Não fiquem dizendo que não entenderam se o filme é comédia ou terror. A palavra é simples: TERRIR!

Claro, é imensamente difícil agradar a todos, sempre haverá alguém dizendo que faltou isso, que poderia ter sido assim, que fulano não se encaixou no papel, etc. Mas, nos esquecemos que o diretor, ele, sim, ele e somente ele é o dono de seu filme e o dirige como quiser, cabendo a nós, degustar o filme e/ou dar nossa opinião que não vai servir de nada, a não ser, fomentar especulações e aguçar o desejo de outras pessoas verem ou não o trabalho. Nossas palavras póstumas ao lançamento da película não mudará nada na história, atores, trilha sonora, etc.

E mais, é óbvio que um crítico discorrerá acerca de seus gostos pessoais, ou seja, nada de imparcialidade, não é mesmo? Muito pelo contrário, na maioria das críticas, o que temos são egos exacerbados falando do trabalho do outro. Textos em que percebemos que tais “delatores” esqueceram (muitas vezes) a humildade embaixo de suas camas. Ou pior, basearam suas críticas em outras que já vieram prontinhas do exterior, pois andei lendo várias por aí e como podem ser tão iguais, meu Deus, vocês pensam realmente tão homogeneamente assim?

Falo isso como alguém que já escreveu críticas e que também já foi esbofeteada pela mão grossa e dura da mesma. E que desistiu de escrevê-las e até de lê-las, muitas vezes. E sim, desistir também é nobre, meus caros. E não considero esse texto em nada uma crítica, mas uma crônica com opinião, talvez. Leiam se quiser.

Pois bem, vamos ao filme SOMBRAS DA NOITE. Confesso de cara que sou apaixonada pela tríade Burton, Depp e Carter, mas que saberia enxergar quando ela não funciona, e para mim, não foi o caso do último filme do trio, como alegaram ao contrário os respeitados críticos. Disseram que Helena Bonham Carter como Dra. Hoffman estava apagada, creio que ela não necessita mesmo ser a personagem principal e que dentro do papel que representou, sua importância na trama foi bem sucedida.

Na película tem-se um belíssimo prólogo, mostrando quem é Barnabas (Johnny Depp) e sua relação com a bruxa Angelique (excelente atuação de Eva Green) e sua amada Josette/Victoria (Bella Heathcote), explicando o motivo da vampirização de Depp e porque este foi posto num caixão. Em seguida, a apresentação da família Collins com seus membros e suas excentricidades é muito caprichada: à mesa, sempre em “comunhão” na hora das refeições, seus problemas e fraquezas são expostos criando o clima da história. São eles: a matriarca Elizabeth Collins (Michelle Pfeiffer), o traiçoeiro Roger Collins (Jonny Lee Miller), o perturbado garoto David Collins (Gulliver McGrath) e a complexa e misteriosa Carolyn (excelente trabalho de Chloë Grace Moretz). Aplaudo em pé dois personagens fantásticos, os criados: Willie (Jackie Earle Haler), que também torna-se lacaio de Barnabas e a velha senhora Johnson (Ray Shirley), que nada fala, pouco aparece, mas é sempre um espetáculo a parte, magnífica.

Após dormir por quase 200 anos, Barnabas volta à vida, tentando refazê-la e criando muita confusão para atingir seus nobres objetivos. Uma delícia ver Barnabas (re)descobrindo as coisas com suas mãos e olhos curiosos. Depp sempre me fascinará! É um ator que está sempre se (re)descobrindo em cena. Destaque para a cena em que filosofa profundamente com um bando de hippies e depois... bem, assistam ao filme.

A fotografia é belíssima (que mix perfeito de gótico e cores berrantes), o figurino é maravilhoso e a maquiagem já era de se esperar que desse show. Faço um destaque à trilha sonora fantástica que mescla música instrumental: pontos positivos para a tensão produzida por um órgão em que Barnabas se debruça em um momento X, passando por deliciosas canções dos anos 70, culminando num show de Alice Cooper dentro da mansão da família Collins. Arrasou, Alice (ah, e só para constar, eu já vi Alice Cooper ao vivo em 1995... logo, foi emocionante vê-lo no filme de Burton)!

Ao contrário do que disse a crítica especializada, não considero que a trama teve problemas com o roteiro. Sim, assistimos muitas subtramas dentro do filme, mas daí dizer que o filme foi confuso e sem foco, é mentira! Todas as histórias que vão surgindo são bem resolvidas dentro da película. Esse negócio de roteiro mal resolvido pode ter se dado devido a inúmeras alterações da história no próprio set de filmagem, relatados por sites que falam sobre o filme, mas... como alguém que lida com Arte, afirmo que isso é algo extremamente comum nesse meio, quantas vezes não vi peças que eu apresentava ter o roteiro mudado um dia antes da estreia ou até momentos antes da estreia? Criticar por causa disso não vale, é muito comum acontecer. Parece que faltou assunto para se discorrer.

Burtoniana confessa, amei o filme, que ao contrário de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, me surpreendeu. E que a fórmula BURTON + DEPP + CARTER não se dissolva, como críticos e gente que se acha crítica sugeriu em sites sobre cinema. É sempre um prazer imenso e surreal degustar pipoca ao clima dos filmes do grande Tim e seus parceiros.


Monday, April 16, 2012

(DES)OBITUARY!!!




Não gosto de OBITUARY!!! Não gosto de death metal e black metal!!! Nem escuto!!! E nunca iria num festival chamado TRIÂNGULO SATÂNICO!!!

Mas, venho deixar minha indignação perante os fatos da noite de ontem, dia 15/04 aqui na cidade de Uberlândia em que o internacional OBITUARY, a banda mais esperada da noite não subiu ao palco do Grand Hall devido cachê insuficiente para a apresentação, algo em torno de 8 mil reais...

Os ORGANIZADORES do evento FUGIRAM do lugar sem dar satisfação à galera pagante com medo de serem linchados pelos mesmos!!! Os shows anteriores ao OBITUARY rolaram normalmente, segundo a turma do death, todos muito bons (entre bandas nacionais e outra internacional), mas, toda a turma foi lesada por não ver a grande atração da noite, que pelo visto, foi curtir a noite uberlandense com uma galerinha aí, segundo fotos postadas em perfis facebookanos...

Vamos lá, suponhamos que euzinha tenha comprado ingresso para um puta festival, digamos chamado: PUNK HARDCORE REUNION (estou inventando aqui esse festival), cujas bandas a se apresentarem seriam:
UGANGA - abrindo a noite
DEAD FISH - pra esquentar
GAROTOS PODRES - pra moer
KLAMYDIA - pra arrebentar
E... para fechar a noite, a banda mais aguardada do festival:
STREETLIGHT MANIFESTO

Cara, na boa, embora eu amasse todos os outros shows (e amo mesmo), se o Streetlight não se apresentasse, puta que pariu, eu faria o INFERNO!!! Faria mesmo!!!

Ontem, o evento uberlandense teve em torno de 297 pagantes, talvez também mais alguns ingressos falsificados, algumas cortesiazinhas pra amiguinhos... enfim... o esperado era 400 pagantes de Uberlândia e região... sim, e veio gente de outras cidades mineiras, de Goiás, do DF para um festival pensado numa data péssima: DOMINGO!!! Sendo que na segunda-feira, ao contrário do que essa sociedade de merda pensa, os roqueiros labutam pra caramba!!!

Mas, para mim, as duas coisas mais tristes foi ver uma grande porcentagem da galera se CONFORMANDO com o ocorrido e falando que as outras bandas "VALEU" o festival (não discordo que devem mesmo terem sido perfeitas, mas cara, o grand finale era OBITUARY, meu!!!) e a coisa mais TERRÍVEL de todas foi ver na nota publicada por um jornal da cidade, as palavras de um dos ORGANIZADORES bem assim: "fomos imaturos de acreditar que teríamos esse apoio do público". Entenderam, organizaram MAL pra caramba e ainda botaram a culpa no público que APOIOU!!!

Infelizmente, um evento lastimável como o ocorrido ontem vai MANCHAR pra sempre o cenário rock na cidade de Uberlândia que certeza, não será mais rota de nenhuma banda rock and roll internacional!!!

Tuesday, February 21, 2012

Zumbido no ouvido



Quando a peça Memorial de Silêncios e Margaridas se encerra e todos aplaudem, a vontade real é de não aplaudir, não por ausência de qualidade, mas pelo tema que ela apresenta. Após o término saí calada e longe de olhares comecei a chorar. Não quis explicar nada a ninguém. E assim permaneci: tocada, reflexiva, introspectiva. Continuei muda até o dia amanhecer.

Após prestigiar, no espaço da Trupe de Truões na noite do dia 20 de agosto o unipersonal - Memorial de Silêncios e Margaridas, texto dirigido por Mara Leal, escrito por Luiz Leite e Narciso Telles, e interpretado por esse último, mais uma vez, como tem acontecido quando assisto aos espetáculos do grupo Coletivo Teatro da Margem, saí em êxtase ao final da peça, dessa vez pela forte temática que ganhou voz com a atuação do ator.

O espetáculo desvela torturadores confessos, desenterra mortos, lembra mutilados da ditadura, e, marchando, rememora a dor para celebrar a vida, para que assim não repitamos as atrocidades de uma época em que o silêncio imperava, tanto para quem queria continuar vivo, como nas bocas caladas dos desaparecidos que, na peça, são evocados.

Como não se entregar à interpretação do ator Narciso Telles, que com um olhar crítico e político, posiciona-se em um corredor (que, ao final, sugere o “corredor da morte” das torturas) e de lá se depara com uma cadeira de rodas, e transformando-se em outro personagem, apresenta-nos um torturador que sentia prazer em seus linchamentos. Na cena, um par de sapatos vazios e uma máquina de datilografia personificam o sonho de liberdade de quem os calçou e tocou suas teclas, na esperança de dias melhores que não vieram.

Ficamos aflitos ao ver a tortura ressignificada, ironicamente, de forma infantil para amenizar atrocidades. Ou, quem sabe, não seriam aquelas idéias e atos atrozes impulsivos, desprovidos de razão, como indicam as ações infantis que sempre navegam entre a emoção, impulsos e fantasias? Um dos momentos é aquele em que o espectador assiste ao jogo realizado com prendedores de roupa em partes do corpo do ator, que por sua vez dão colorido à dor sofrida por torturados, ao representarem as queimaduras de um homem. Outro momento, quando Power Rangers e cowboys de plástico se enfrentam e se matam numa brincadeira nas mãos de um menino. Como meu irmão e meu filho fizeram e como os filhos deles farão.

Em cena, também marchamos com a mãe que durante tantos natais cantou a ausência do filho através da voz de Dalva de Oliveira, o “Zum-Zum” que se fazia latente dentro dela por não esquecer que na sua família estava faltando um homem desaparecido nas entrelinhas da Ditadura e silenciar para isso, pois o zumbido não podia ser evidenciado à sociedade. Mas não era apenas um, eram dois, três, quatro... dez... cem... mil... então, vamos sair sem todos eles pois foi a ordem que deram, e mesmo com o bloco saindo mais triste, a vida continua, e no próximo natal faltarão alguns mais.

Palavras profundas e imagens fortes recompõem um período conflituoso da História, em que opressores e oprimidos viveram o sentimento do mundo sem sentimento pelo próximo, cuja afirmação é amar a pátria e para amá-la é preciso sucumbir às botas dos que governam o país e questionar se realmente um dia a utopia da fraternidade e igualdade será possível no mundo.

Memorial de Silêncios e Margaridas toca num tema tão forte e ao mesmo tempo tão delicado para o qual seus idealizadores (re) visitaram músicas, os escritos de Eduardo Galeano e Frei Beto, o prédio do Memorial da Resistência. Sem dúvida um espetáculo que não conseguimos tirar da cabeça, desses que deixam um zumbido no ouvido que incomoda por latejar lembrando algo horrendo que não conseguimos esquecer. Desses que queremos gritar “bravo” ao final e o grito não sai... fica preso. A vontade é de em silêncio, colocar ali, na cena que se finda uma flor. Qual delas? Uma Margarida, uma Rosa, uma Dália? Não importa, são flores que murcharão ou secarão como lágrimas de mães, irmãs e filhas que ficaram viúvas, órfãs esperando por eles que não voltaram ou voltaram aos farrapos.

Monday, February 20, 2012

36 coisas que aprendi antes dos 36 anos...






1. Sonhos que perseguimos muitas vezes não passam de pesadelos!
2. Nossos ídolos e heróis são em 99% dos casos um bando de idiotas!
3. Não importa o quanto nos esforcemos para fazer uma coisa bem feita, quase ninguém vai reparar no esforço e sempre vão buscar defeitos em nosso trabalho!
4. Nunca devemos trabalhar, fazer grupos e montar projetos com quem não está a fim de trabalhar com a gente. E acredite, a pessoa demonstra o desinteresse, nós é que fingimos não ver por algum motivo!
5. Somos os culpados por nossos fracassos amorosos, uma vez que permitimos sim as situações limites!
6. Não precisa ser o lugar mais belo, mas morar em paz é tudo!
7. Silêncio em relação aos nossos planos, estamos cercados de invejosos!
8. Não, não fiquemos com dó de “coitadinhos”, na primeira oportunidade os “coitadinhos” irão nos atacar!
9. 99% das pessoas ao nosso redor são interesseiras, falsas e mentirosas!
10. Não é porque a pessoa é considerada amiga que podemos aceitar tudo que ela faça!
11. Atividades culturais nos fazem pessoas melhores sempre!
12. Não soframos! Busquemos as soluções para nossos problemas delatando os casos em ouvidorias, fazendo boletins de ocorrências, reclamando no PROCON... temos que lutar sim para sermos respeitados!
13. Homofóbicos são homossexuais enrustidos!
14. Reparem como as pessoas tratam seus pais, irmãos, filhos... quem os trata mal, e a você bem, tem muita história oculta a ser desvelada, cuidado!
15. Não seguramos nenhum caso amoroso com apetrechos sexuais. Se a pessoa tiver que ir embora, podemos estar até com lingerie de ouro e diamante! Se ela tiver que ficar, podemos estar com calcinha bege sem costura de todo dia!
16. A nossa família pode ter mil defeitos, mas é nossa família... que nem um filho da puta ouse tirar onda ou maltratar parente nosso!
17. Quando um relacionamento acaba, ele acaba de verdade!
18. Que roupas de piriguete devem ficar com as piriguetes! Uma mulher que está sempre semi-nua nada mais tem a oferecer que seu corpo! Nunca será respeitada!
19. Que não precisamos ser a mais bonita, mas termos atitude... assim, não ficamos sozinhas nunca!
20. Que quando fazemos o bem de verdade não ficamos nos vangloriando por causa disso!
21. Que esse mundo é redondinho... que não precisamos de nos vingar, pois o que vai, volta direitinho para a pessoa que nos fez sofrer!
22. Que desistir não é sinal de fraqueza e podemos fazer isso sempre que uma situação chegar ao seu limite!
23. Que conseguimos as coisas com disciplina e responsabilidade!
24. Que planos existem muitas vezes para não darem certo!
25. Que cachaça não é água!
26. Que gente desocupada só faz e atrai merda!
27. Que existe o teatro acadêmico e o teatro que eu gosto/faço/quero!
28. Que água é o elixir da vida!
29. Que pedir perdão quando se erra dignifica o ser humano!
30. Que observar é melhor que remediar!
31. Que deixo as pessoas saberem o que eu quero que elas saibam, ou o que quero que elas fofoquem sobre mim!
32. Que homens e mulheres não são iguais! Nunca foram! Nunca serão!
33. Que com a idade nosso corpo muda! Aceitemos!
34. Que não vou dizer SIM para agradar ninguém se NÃO quero fazer!
35. Que não devo em hipótese alguma assumir coisas que não estão em minha alçada!
36. Que a felicidade é feita de pequenos momentos que duram poucos instantes!

Friday, January 20, 2012

Pimenta ou sal?







"Pimenta na relação não compensa a falta de sal." - Fabrício Carpinejar

Sabe quando pessoas querem compensar um relacionamento amoroso fadado ao término com pimenta? Sim, buscam auxílio desesperado em sessões loucas de sexo, fantasias sexuais mirabolantes, trajes e acessórios que no final das contas só incomodam, incluem uma terceira pessoa na cama... enfim, e mesmo assim não salvam o relacionamento. As pessoas mantém falsas crenças de que aquecerão um relacionamento que naufraga com a ajuda do bombardeio de conselhos oriundos de revistas femininas e livros de auto-ajuda que ensinam em 10 passos como manter acesa a chama louca da paixão.
A verdade é que quando passa a falta de encantamento do início do namoro, se não houver verdade, respeito, companheirismo, não fica nada! Não adianta nada! No fim, restará a cumplicidade morna, e não as paixões arrebatadoras eternas e ilusórias vistas em filmes, livros e novelas.
O amor mesmo é bobo, chatinho, rotineiro. Descobri isso a duras penas, não pensem que foi fácil. Hoje, na maturidade, eu entendo o que é amor de verdade...
Amo meu amor e ele me ama porque temos evoluído juntos, porque temos nos tornado pessoas melhores, porque gostamos de conversar sobre TODO tipo de assunto, porque rimos juntos, porque cozinhamos juntos e fazemos muitas coisas "idiotas" juntos, como: comer pastel na feira, esperar o outro chegar no portão, etc, mas, principalmente porque dizemos sempre a verdade um para o outro, desde aquela que dói até quando o outro precisa tomar um banho porque está com desodorante ou hálito vencidos, sem melindres. E mesmo assim não tenho garantia nenhuma de que será eterno.
Muito mais que aquela calcinha sensual/sexual de onça doloridamente enfiada na bunda, há a delícia de boas e quentes atitudes e palavras ditas na hora certa, mesmo que você esteja usando aquela calçola GG a la Bridget Jones, quando a mesma, interpretada por Renée Zellweger, seduz o personagem de Hugh Grant na película “O diário secreto de Bridget Jones”.
Creio que o carinho e verdadeiro amor ultrapassam apetrechos sexuais descolados e perdem feio para uma sessão de sexo livre, divertida e de entrega total dos parceiros.
Portanto, viva a nossa calcinha bege e ultra confortável de todo santo dia! Viva o tempero nosso de todo dia que é adquirido aos quilos na feira da vida com a confiança e a segurança em si e no outro!

Monday, January 02, 2012

Plástico bolha...





(Na primeira foto fui fotografada por Mário Bitt Piragibe, e nas três seguintes por Marcella Prado)

Tenho achado as relações com grande parte das pessoas com quem convivo, desgastadas e permeadas pela falsidade. São relações, na maioria das vezes, em que as pessoas ficam ao meu lado apenas enquanto posso lhes fornecer algo em troca.
O mundo é mesmo cruel, já me disseram, e na verdade todos estão sozinhos!
Tudo é vazio...
Vazio é estar cercada de gente, de “diversão”, de ocupação, mas... sentir que nada é sincero, que nada faz sentido. Então vem uma vontade de ficar mesmo sozinha com um pedaço de plástico bolha me fazendo companhia.
Que seja um pedaço bem grandão de plástico bolha pelo menos...
Plástico bolha tem sido mais interessante que pessoas...
Para que dialogar com quem diz falsas verdades olhando em meus olhos, se posso ficar estourando bolhinhas?
E plástico bolha tem uma vantagem: é transparente!
Sabe, às vezes acho que vou me transformar num pedaço de plástico bolha.