Leka e Kaverna

Saturday, November 08, 2008

Então...

De uma hora pra outra tudo muda... tudo pira... tudo acontece ou tudo deixa de acontecer... tudo se transforma... tudo já era... pessoas, sentimentos, desejos... a vida é mesmo uma caixa de surpresas... ora uma tragédia grega... ora um espetáculo de clown... estou viva e tão confusa!!!

Wednesday, October 08, 2008

...

Nossa, de repente você acorda e vê que a vida não é aquele show de rock frenético que você tanto imaginava...

Friday, June 13, 2008

Armadilha

Arapuca armada... silêncio...
Mas a caça percebeu
e da caçadora riu-se: tão tola!

Anjo de pimenta...

Bingo! Truco! Gol! Cesta!
O anjo de pimenta vingou-se...
E a "safada" sentiu arder, e doer.

Friday, May 09, 2008

EXTRA, EXTRA: Balão de Coração 666...


Aconteceu nesta sexta, 9 de maio de 2008, professora de Teatro enchia balões em formato de coração de látex para ornamentação de festa do dia das mães quando um balão estourou em sua boca, foi uma estilingada, doída. Sua coordenadora viu a cena, disse para ela parar e deixar o serviço para os rapazes da equipe. Mas ela insistiu em continuar. Encheu mais um. Encheu outro. E quando estava enchendo o terceiro: BUMMMMMMMMMMMMMM. Estourou. E dessa vez a estilingada foi no olho... UI!!! Ainda foi amparada pelos colegas de equipe, mas a dor era insuportável e foi parar no hospital. Resultado: lavagem, colírios, pomada e um tampão que só poderá ser retirado amanhã pela manhã. Pobre professora.

Em entrevista com outra professora, amiga da professora acidentada, ela nos contou exclusivamente que a vítima, ao chegar ao local de trabalho pela manhã confessou quase em lágrimas: “_Ai, estou com um pressentimento tão ruim hoje, como se alguma coisa fosse acontecer comigo...”, é, aconteceu!!!

Horas depois conseguimos um pequeno depoimento da professora acidentada que confessou: “_É, foi muito dolorido, e nunca pensei que um inocente balão pudesse causar tanto mal, tenho que permanecer com esse tampão até amanhã cedo, mas logo mais estarei preparada para o HEY HO, LET’S GO no Goma!”
(Alessandra Ramos Massensini)

Sunday, May 04, 2008

Eu, mulher

Sou mulher, sou mãe, sou pãe. Mulher. Menina. Eu não preciso ser SUPER. Só humana...
Então eu rio. Eu bebo. Eu fumo. Eu faço “coisas erradas” (será mesmo, o que é certo?). Eu choro. Eu sofro. Eu finjo. Eu escondo. Eu mostro. Eu (me) entrego. Eu mergulho, de ponta. Eu fujo.
Sim, eu já disse “eu te amo”. Mais de mil vezes. Pra família. Amigos (???). Pra homem? Pra um, e só. Mas me arrependo... não de ter dito, mas de ter dormido quando era pra eu estar de olhos abertos.
Eu xingo. Eu grito. Eu estresso. Eu sinto ciúmes. Eu digo que nunca mais. Eu vou embora. Eu mando embora. Eu volto.
Eu tenho pele. E sangue. Quente! Eu quero. Eu desejo. Eu faço, como eu quero, como querem. Eu quero. Eu quero. Eu quero.
Já dei ataques histéricos. E maléficos. E malignos. Atingi. E fui atingida. Apanhei. Bati.
Abro. Fecho. Guardo. Jogo fora. Reciclo. Sou ciclo, cíclico,círculo, circo.
Bela. Fera. Anjo. Demônio. Bem. Mal. E tão única.

Tuesday, March 04, 2008

Funeral



Ali, naquela escura sala da velha igreja jazia o corpo frio, sofrido e esquálido dele. A única pessoa que realmente se importava com ela... Por que ele a deixou assim? Ela fechou os olhos e recordou-se da casa no campo, do balanço de pneu na árvore, dos piqueniques no gramado, dos passeios na garupa da velha bicicleta, do cheiro de peixe fritinho quando ele voltava das pescarias. Começou a chorar convulsivamente, foi até o caixão, beijou ternamente sua testa, depositou flores: narcisos, as preferidas dele, ao lado de seu corpo e saiu correndo dali...
Pegou a estrada de terra e seguiu sem rumo... não sobreviveria a morte do avô querido.
(Alessandra Ramos Massensini)

Antônio



Antônio, cansado daquela vidinha medíocre que levava na pacata cidade de Minaçu, resolveu mudar-se para Goiânia. Fazia um ano que Sâmara havia lhe trocado por outro, estava na hora de recomeçar sua vida, parar de sofrer, parar de beber e fumar enlouquecidamente, esquecer aquela, aquela vaca!
Sozinho em casa, escutando Roberto Carlos, barba por fazer, acendeu mais um Free, abasteceu o copo com mais uma dose de Johnny Walker, caminhou até a janela e pôs-se a fitar o jardim... Jardim esse que já fora o mais belo da vizinhança, tanto verde, tantas flores, e agora estava ali, morto, frio, entregue ao nada, assim como seu coração.
De repente surge a figura de Shrek, seu gato persa de estimação, manhoso, lento, rechonchudo, lindo gato, presente da ex: Sâmara, pelo antepenúltimo aniversário. Às vezes sentia que ela amava mais o bichano que a ele. Aliás, amava o bichano. A ele não. Que ódio sentiu. Maldita, vagabunda, vaca!
Então, um terrível pensamento assombrou-lhe a idéia... e Antônio não hesitou... foi até a cozinha, armou-se de uma faca Ginsu 2000 que havia comprado através do canal de compras da TV anos atrás. Caminhou lentamente até o jardim, sorriu sarcástico e chamou musicalmente por Shrek que veio se esfregar em suas pernas...
(Alessandra Ramos Massensini)

Thursday, February 28, 2008

Desses depoimentos que faz chorar...

Olha aí, que coisa linda esse depoimento que recebi no orkut de uma ex-aluna de Minaçu chamada Ana Flávia... queria tanto poder abraçá-la...

"Ela mostra a língua, mostra o dedo, fala palavrão. Ela te protege, te faz RIR, e te entende. Ela fala UM MONTE de besteira e ADORA quando a escutam. Sabe amar, sabe ser AMIGA, sabe ser de tudo um pouco. Não é através de palavras que expressa o seu amor, ela diz que a verdade está nas ações. Gosta de vodka, caipirinha, wisk.. tem alcool? Ela bebe. Ela é MALUCA, mas com o tempo a gente se acostuma. Tem um coração enorme. Gosta de ajudar. Nunca age com a razão, sempre com o coração. Ela vive pra ser FELIZ e NÃO pra ser normal..!!!

bjus
Linda Leka........."

Sunday, February 24, 2008

A Lenda do Pequi



(Engraçado, eu odiava pequi, não suportava nem o cheiro, mas quando engravidei, há quase 10 anos atrás, meu primeiro desejo de grávida foi comer pequi!!! E hoje eu amo!!! Hehehehehehe, vai entender... ah, e essa lenda eu estava devendo pra minha turma de teatro da UFU, desde o passeio ao Rio de Janeiro ano passado...)


Tainá-racan tinha os olhos cor de noite estrelada. Seus cabelos desciam pelas espáduas com um tufo de seda negra e luzidia. O andar era elegante, cadenciado, macio como o de uma deusa passeando, flor entre flores, no seio da mata. Maluá botou os olhos em Tainá-racan e o coração saltou, louco e fogoso, no peito do jovem e formoso guerreiro. "Ela é mesmo linda como a estrela da manhã. Quero-a para minha esposa. Hei de amá-la enquanto durar a minha vida!"

Doce foi o encontro e, juntos e casados, a vida dos dois era bela e alegre com o ipê florido. De madrugada, Maulá saía para a caça e para a pesca, enquanto a esposa tecia os colares, as esteiras, moqueava o peixe, preparando o calugi para ofertar ao amado, quando ele chegasse com o cesto às costas, carregado de peixe e frutas, as mais viçosas, para oferecer-lhe.

O tempo foi passando, passando. No enlevo do amor, eles não perceberam quantas vezes a lua viajou pela arcada azul do céu, quantas vezes o sol veio e se escondeu na sua casa do horizonte. Floriram os ipês. Caíram as flores. Amareleceram as folhas, que o vento levava em loucas revoadas pelos campos. Os vermelhos cajus arcavam de fartura e beleza os galhos dos cajueiros. As castanhas escondiam-se no seio da terra boa. Rebentavam-se em brotos, e novos cajueiros despontavam. As cigarras enchiam as matas com sua forte sinfonia e sua vida evolava-se, aos poucos, em cada nota de seu canto. Nascimentos, mortes, transformações e os dias andando, andando.

Após três anos de casamento, numa noite bonita, em que o rio era um calmo dorso de prata à luz do luar e os bichos noturnos cantavam fundas tristezas e medos, Maluá encostou a cabeça no peito de Tainá-racan e apertou-a com ternura. No olhar de ambos, há muito, havia uma sombra. Nenhum deles tinha a coragem de falar. Uma palavra de mágoa, temiam, poderia quebrar o encanto de seu amor. A beleza da noite estremecia o coração sensível de Tainá-racan. Ela ajuntou a alma dos lábios e perguntou com voz trêmula, em sussurro:

-Estás triste, amado meu? Nem é preciso que respondas. Há tempo vejo uma sombra nos teus olhos.

-Sim, respondeu o valente guerreiro. Tu sabes que eu estou triste e tu também estás. A dor é a mesma.

-Onde está nosso filho que Cananxiué não quer mandar?

-Sim, onde está nosso filho?...

Maluá alisou com carinho o ventre da formosa esposa. "E o nosso filho não vem", murmurou. Dois pequeninos rios de lágrimas deslizaram pelas faces coradas de Tainá-racan. Um vento forte perpassou pela floresta. Uma nuvem escura cobriu a lua, que não mais tornava de prata as águas mansas do rio. Trovões reboaram ao longe. Maluá envolveu Tainá-racan nos braços e amou-a. "Nosso filho virá, sim. Cananxiué no-lo mandará".

Quando os ipês voltaram a florir, no ano seguinte, numa madrugada alegre, nasceu Uadi, o Arco-Íris. Era lindo, gordinho, tinha os olhos cor de noite estrelada como os da mãe e era forte como o pai. Mas, havia nele algo diferente, algo que espantou o pai, a mãe, a tribo inteira: Uadi tinha os cabelos dourados como as flores do ipê. Maluá recebeu o nascimento do filho como um presente de Cananxiué. Seu coração, contudo, estremeceu com a singularidade dele. Começou a espalhar pelo tribo a lenda de que o menino era filho de Cananxiué. O menino crescia cheio de encanto, alegria e de uma inteligência incomum. Fascinava a mãe, o pai, a aldeia, a tribo toda. Com rapidez incrível aprendeu o nome das coisas e dos bichos. Sabia cantar as baladas tristes e alegres que a mãe ensinava. Era a alegria e a festa da mãe, do pai, da tribo.

Um dia, Maluá, com outros guerreiros, foi chamado para a luta. Os olhos pretos de Tainá-racan encheram-se de lágrimas. O rostinho vivo de Uadi se ensombreceu. À despedida, seus bracinhos agarram-se ao pescoço do pai e ele falou: "Papai, vou-me embora para a noite, depois, chegarei à casa de Tainá-racan, a mãe, lá no céu". E seu dedinho róseo apontou o horizonte. O corpo de bronze do guerreiro se estremeceu. Seus lábios moveram-se, mas as palavras teimavam em não sair. Ele apertou, com força, o menino nos braços e, por fim, falou: "Que é isso, filhinho, tu não vais para lugar nenhum, nenhum deus te arrancará de mim. A tua casa é a casa de tua mãe, Tainá-racan, aqui na terra, e a de seu pai. Se for preciso, não partirei para a guerra. Ficarei contigo".

Nesse momento, Cananxuié, o senhor de todas as matas, de todos os animais, de todos os montes, de todos os valores, de todas as águas e de todas as flores, desceu do céu sob a forma de Andrerura, a arara vermelha, e gritou um grito forte: "Vim buscar meu filho!" Agarrou-o e levou-o pelos ares. Tainá-racan e Maluá caíram de joelhos. O guerreiro abriu os braços gritando: "O filho é nosso, sua casa é a de sua mãe, Tainá-racan, aqui na terra! Devolve meu filho, a Cananxiué! O grito de Maluá ecoou pela mata, ferindo de dor o silêncio. O peito do guerreiro palpitava de sofrimento como uma montanha ferida pelo terremoto. O velho chefe guerreiro aproximou-se dele, bateu-lhe no ombro e bradou: "Teus companheiros já partem. Maior que tua dor é tua honra de guerreiro e a glória de nossa tribo! Vai, meu filho, Cananxiué buscou o que é dele. Muitos outros filhos ele te dará. Tainá-racan é jovem. Tu és jovem. Vai, guerreiro, não deixa a dor matar sua coragem!"

Maluá partiu. Tainá-racan encostou a fronte na terra, onde pouco antes pisavam os pezinhos encantados de Uadi. Chorou. Chorou. Chorou três dias e três noites. Então, Cananxiué se apiedou dela. Baixou à terra e disse: "Das tuas lágrimas nascerá uma planta que se transformará numa árvore copada. Ela dará flores cheirosas que os veados, as capivaras e os lobos virão comer nas noites de luar. Depois, nascerão frutos. Dentro da casca verde, os frutos serão dourados como os cabelos de Uadi. Mas a semente será cheia de espinhos, como os espinhos da dor de teu coração de mãe. Seu aroma será tão tentador e inesquecível que aquele que provar do fruto e gostar, amá-lo-á para jamais o esquecer. Como também amará a terra que o produziu. Todos os anos, encherei, generosamente, sua copa de frutos, que os galhos se curvarão com a fartura. Ele se espalhará pelos campos, irá para a mesa dos pobres e dos ricos Quem estiver longe e não puder comê-lo sentirá uma saudade doida de seu aroma. Nenhum sabor o substituirá. Ele há de dourar todos os alimentos com que se misturar e, na mesa em que estiver, seu odor predominará sobre todos. Ele há de dourar também os licores, para a alegria da alma".

Tainá-racan ergue o olhar, aquele olhar onde brilhou a primeira estrela da consolação. E perguntou ao deus:

-Como se chamará, Cananxiué, esse fruto, cujo coração são os espinhos de minha dor, cuja cor são os cabelos de ouro de Uadi e cujo aroma é inesquecível como o cheiro dessa mata, onde brinquei com meu filhinho?

-Chamar-se-á Tamauó, pequi, minha filha. Quero ver-te alegre de novo, pois te darei muitos filhos, fortes e sadios como Maluá. E teu marido voltará cheio de glória da batalha, pois muitos séculos se passarão até que nasça um guerreiro tão destemido e tão honrado! Ele comerá deste fruto e gostará dele por toda a vida!"

Tainá-racan sorriu. E o pequizeiro começou a brotar.
(Marieta Teles Machado)

Saturday, February 23, 2008

Planos para o futuro!!!

França
"São cerca de 70 milhões de visitantes por ano: o país que mais recebe turistas no mundo. Tanta procura não pode ser à toa. A França mistura tradição com modernidade - e muita história. Foi aqui que se disse, pela primeira vez, a famosa frase: Igualdade, Liberdade, Fraternidade - quando os rumos da humanidade foram mudados durante a Revolução Francesa.
Sempre ditando regras, os franceses inventaram a alta-costura e a indústria da moda. Foi aqui, também, que se criou o conceito básico de culinária - e é onde está a mais prestigiada escola de cozinha do mundo: a Cordon Bleu. No país em que os filósofos são tão famosos quanto as estrelas de rock, pode-se ver de tudo: arte, literatura, cinema, gastronomia, vinhos, perfumes,... E ainda provar de tecnologias de última geração, como o famoso trem bala.
Os cenários são deslumbrantes. Começando pela capital, Paris, onde estão monumentos famosos como a Torre Eiffel, a catedral de Notre Dame e a famosa Universidade de Sorbonne. Isso sem falar no museu no Louvre e nas refinadas lojas de grife.
Na fronteira da Itália com Suíça está a principal estação de esqui do país: Chamonix. Na costa sul fica Nice, o principal balneário da Riviera Francesa. O mau humor francês é conhecido mundialmente. Muito disso tem a ver com a preocupação deles em preservar seu idioma: eles não fazem questão de falar inglês com os turistas, por exemplo. Por isso, vá sabendo, pelo menos, um bonjour (bom dia), merci (obrigado) e s´il vous plaît (por favor).
Capital:Paris
Idioma: Francês (oficial), basco, bretão e dialetos franceses
DDI: 33
Visto:Não é exigido até 90 dias
Horário comercial: Varia. A maioria dos bancos abre de segunda a sexta, das 9h30 às 16h30. Alguns, principalmente nas pequenas cidades, fecham para almoço. O horário, normalmente, está escrito nas portas. Muitos museus fecham um dia por semana - normalmente, na terça. O horário normal de funcionamento é das 9h30 às 17h. Nas grandes cidades, as lojas abrem das 9h às 19h.
Moeda: Euro
Carta de Motorista: É aceita a licença brasileira Limite de velocidade: Depende da rodovia: varia de 90 km/h a 130 km/h. Nas cidades, o limite é de 60 km/h. As multas por excesso de velocidade são altas.
Temperaturas médias: No verão (julho), as temperaturas variam de 15 a 25 graus. No inverno (janeiro), de 1 a 6 graus
Voltagem: 220V, mas pode-se encontrar, em estabelecimentos antigos, voltagem de 100V.
População: 59,1 milhões
Área: 543.965 km2
Data nacional: 14 de julho (queda da Bastilha)
Regime político: República com forma mista de governo..."

Saturday, January 12, 2008

O Melhor Dançarino de São Paulo...



O melhor dançarino de São Paulo - Letra: Nenê Altro / Música: Marcelo Tyello


"Eu podia dizer um monte de coisas bonitas,
que rimem bem
e que mesmo que não façam sentido
pudessem vender.
É, eu podia ser só um cara bonzinho
e bem arrumado,
com as roupas limpas
e que fique bem em sua parede.

Mas sou só alguém como você,
que gosta de falar e abraçar os amigos.
E me vale bem mais saber
que tudo isso aqui tem valor pra você
e que eu também fui fã igual
quando pegava meus LPs
e colocava na vitrola pra me sentir em casa.
Era só eu, meus 7 Seconds
e sempre no final eu não me sentia só
e me sentia bem.

Eu não tenho emprego
e sou coberto de tatuagens.
Eu passo o dia vivendo às margens.
Sou peça com defeito.
Pois não consigo ser
esse mocinho bem comportado.
Eu encho a cara, arrumo encrenca
e faço tudo errado.

E mesmo não sendo
o que você apresentaria a seus pais,
eu queria dizer
que gostaria de te levar naquela rua onde cresci,
onde eu andava de bike
e onde dei o meu primeiro beijo.
E dizer que passei a vida inteira
tentando mostrar
que o que não dá pra colocar em palavras
é toda a vida de um garoto e uma guitarra
que ainda não sabe tocar."

Friday, January 11, 2008

Equalize




E de repente me deu uma saudade de 2005, desta música, do gosto de morangos na boca, "daquele" espelho mágico... de tantas coisas...

"Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
Me vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito

Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho, tão de perto
Me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado

E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é
Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim

Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais

Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar

E o tempo é só meu
E ninguém registra a cena
De repente vira um filme
Todo em câmera lenta
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim ..."

Wednesday, January 09, 2008

Duas versões...

Primeira:

Ela abriu os olhos, pela fresta da janela viu que o dia estava claro, estendeu a mão preguiçosa até o criado ao lado da cama, alcançou o celular, 8h30 da manhã. Nossa! Sentou-se na cama, largou o celular ali de qualquer jeito, calçou os chinelos, uma preguiça “baiana” a impedia de levantar, mas ela precisava fazer isso, era o grande dia! “O Dia D”. Levantou-se. Caminhou até o som e sintonizou sua rádio preferida, bem baixinho. Destrancou a porta do quarto. Foi até o banheiro e gastou cerca de dez minutos em sua higiene matinal. Olhou-se no espelho, sentia-se bem, até sorriu e verdadeiramente... mas lembrou-se do “Dia D”. Apressou-se... deixou o banheiro, foi até a cozinha e preparou o café: leite com achocolatado e banana amassada com mel. Sorveu-o. Voltou ao quarto! Sexta-feira, “oba”, mas antes o “Dia D”... Pegou o material no guarda-roupa, sentou-se na cama e (re)começou a estudar! Era o “Dia D”, prova de literatura Dramática na faculdade! A prova... a esperada... a temida...

Segunda:

(Quarto já iluminado pelo Sol, uma cama de solteiro, um criado mudo ao lado da mesma, um aparelho celular sobre ele, um guarda-roupas, uma pequena mesinha com um som sobre ela e Sofia ainda de pijama sentada na cama, cara de sono. O celular toca.)

(Sofia):-Alô, oi Jasmine, ai amiga, é hoje, nossa, estou desesperada, hoje é o grande dia. (silêncio) Tá, eu sei, tenho que ficar calma, relaxar, ai amiga, mas estou com medo, é hoje. O grande “Dia D”! (silêncio) Certo, beijo, a gente se encontra mais tarde.

(Sofia levanta da cama, calça os chinelos, liga o rádio e diz em voz alta...)

(Sofia):-Meu Deus, me ajude, me ajude, eu estou com medo!

(Batem na porta do quarto.)

(Sofia):-Entra!
(Paula):-Sofia, vamos tomar café? Bom dia...
(Sofia):-Ai Paula, bom dia, é hoje...
(Paula):-Relaxa, garota, vai dar tudo certo, você vai ver, e no mais, sorria, hoje é sexta-feira.
(Sofia):-Eu sei, mas antes tenho que passar pelo “Dia D”.
(Paula):-Dramática!
(Sofia):-Não, trágica mesmo... Tragédia grega...
(Paula):- (rindo) Ai, ai, ai, só você mesmo, dona Sofia.
(Sofia):-Isso, ria da desgraça alheia...
(Paula):-Vai, vem pra cozinha, sô, fiz leite com achocolatado, banana amassada, vamos comer...
(Sofia):-Tá, vamos, deixa só eu fazer pipi e escovar os dentes. (silêncio) Mas, Paula... hoje é o “Dia D”, e se eu me ferrar?
(Paula):- (irônica) Por favor, dona Sofia, queira se dirigir à residência do sr. Demônio, sim?
(Sofia):-Pára!
(Paula):-Pára você, acho que não é drama e nem tragédia grega mais, já é um daqueles “melodramões mexicanos bem exagerados”! Cara, não tem lógica, medo de uma prova de Literatura Dramática para a qual você estudou a semana inteira? Me polpe, né?
(Sofia):- Mas é “a prova” e não “uma prova”, você não entende.
(Paula):-Nossa... e nem quero então!
(Sofia):-Quer saber, Paula... na boa, vai lá tomar seu cafezinho sozinha, eu vou estudar um pouco mais.
(Paula):- (com raiva e deixando o quarto) Ah, quer saber? Vá-pro-in-fer-no!


(Sofia dá de ombros.)

by Alessandra Ramos Massensini

Monday, January 07, 2008

Lyginha

(Escrito por mim e minha amiga Marcella Prado para a aula de Criação de Roteiro Dramático...)

Cenário: Varanda com vista para o jardim, uma poltrona reclinável, mesinha de centro com cinzeiro e cigarro aceso. Lyginha está no jardim e Afonso, o marido, lê um jornal na poltrona.

Lyginha: moça de 27 anos, traços delicados, corpo de menina, olhar doce, sonhadora.

Afonso: 35 anos, gordo, egocêntrico e mal-humorado.

(Lyginha):- (acenando para o marido) Afonso, veja como estão belas as orquídeas...
(Afonso):- (sem desviar os olhos do jornal que lê) Hum, hum!
(Lyginha):- Olha como estão floridas!
(Afonso):- Que coisa tola e rotineira, qualquer planta flori na primavera!
(Lyginha):-Afonso!
(Afonso):- Hum...

(Lyginha sai do jardim e caminha até o marido na varanda, meio frustrada com a falta de atenção do mesmo. Mas, ela o ama.)

(Lyginha):- (faceira) Meu bem, eu fiz uma máscara de Colombina, tão linda, está lá no quarto, quer ver?
(Afonso):- (sem desviar novamente os olhos do jornal) Hum, hum!
(Lyginha):- (brava) Eu já ia fazer uma de Arlequim pra você, mas desse jeito é melhor eu fazer uma de Pantaleão!
(Afonso):- (indiferente) Pra que máscara?
(Lyginha):-Ora, Afonso, para o baile de máscaras de fim de ano da sua empresa...
(Afonso):- (sem esboçar reações) Ah tá. Hum, hum...
(Lyginha):- (sonhadora) E depois, amor, ainda podemos aproveitá-las pra brincar com as crianças do prédio.
(Afonso):- (friamente) Não entendo esse amor por crianças que nem são nossos filhos!

(Lyginha abaixa a cabeça tristemente, mas logo sorri para o marido na esperança de cativá-lo.)

(Lyginha):- (docemente) Amor, cheira este meu novo perfume, é tão gostoso... (e oferece o pescoço para o marido que se afasta, tentando folhear o jornal)
(Afonso):-Hum, hum!

(Lyginha se estressa e se afasta do marido.)

(Lyginha):-Cansei de não ser notada por você, Afonso! Você é tão seco! Estou cansada da sua indiferença! Será que tem um armário no seu peito? Essa vida é uma prisão... só não lhe meti um chifre até hoje porque sou uma mulher de respeito. Quer saber, estou farta de seus hum-huns. Existe um homem que me valoriza, me dá atenção, me tenta todos os dias para eu sumir no mundo com ele. Quer saber? Vou aceitar, vou-me embora com o leiteiro!

(Dá as costas ao marido e desaparece pelo jardim, de repente Afonso se deu conta que a esposa falara a verdade...)

(Afonso):- (grita desesperado) Lyginhaaaaaaaaa! (mas já é tarde demais.)