Leka e Kaverna

Thursday, February 08, 2007

Sereias...




As águas o troxeram no dia quente não ensolarado. Amuado, apagado em um canto da piscina azul- piscina. Ninguém o via. E entre corais, estrelas do mar e até tubarões, a freqüência de suas ondas sonoras chegou até ela. Então eles, equalizados e próximos, começaram tudo do começo. Era a primeira vez que se viam e se falavam, mas ele já sabia coisas sobre ela.
Uma amizade nascia, água dilatando os poros da pele. Conchinhas catadas e guardadas para se fabricar um colar valioso. Engraçado... depois que ela descobriu a sua grandiosa beleza escondida, despertou a ganância das sereias da pedreira. Tentaram até atraí-lo com seus cantos, mas que pena, não sabiam cantar "FEAR OF THE DARK"...
Fora dali, em outra praia, que encanto ele foi com o peixinho dela de estimação, quanta paciência, carinho, atenção, cuidado... que jovem homem, dessa vez parece que ela acertou na escolha do amigo.
Três dias juntos. Alguém para con-versar, con-fidenciar, con-tar, con-viver... Abraçar, estar perto a todo o momento... e até salvá-la dos tentáculos pegajosos de monstros das profundezas do mar ele foi capaz...
Amizade selada a sapinho de papel, declarações perigosas e mordidas... pacto de eternidade para algo efêmero, a distância não permite. Com ela é sempre assim... sempre... sempre a distância.
Mas dessa vez a pequena sereia venceu! Cresceu, brilhou, apareceu e derrotou as sereias da pedreira que tentaram acabar com a festa... mas não conseguiram e acabaram enroscando-se em peixes elétricos.

( Isso foi escrito em novembro de 2004!!! )