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Wednesday, June 22, 2011
Despir-se para CALLE!
(Foto de Sophie Calle em alguma de suas performances...)
Ter certa intimidade com os atores da TRUPE DE TRUÕES, conhecer um pouco de suas vidas pessoais e seus conflitos amorosos vividos nos últimos tempos faz com que vejamos o espetáculo CALLE de uma forma bem específica: mais tocados e próximos do drama individual de cada integrante.
O trabalho que lotou o Teatro Rondon Pacheco durante o FESTIVAL LATINO-AMERICANO RUÍNAS CIRCULARES em maio, tem direção de Paulo Merísio. O espetáculo rompe a barreira entre ficção e realidade e é uma junção de melodrama (grande característica do grupo), performance e elementos dos viewpoints. Na peça, várias histórias desconexas tem como elo as rupturas amorosas vividas por cada um. Os atores mostram-se inteiramente despidos de proteção contra as dores de amor, fazendo com que a platéia sinta-se voyeur, cúmplice do sofrimento de cada um dos integrantes do grupo.
O clima de total intimidade inicia enquanto o público ainda encontra-se na fila para entrar no teatro e os atores cumprimentam, abraçam e conversam com as pessoas num clima muito amigável. A intimidade continua, quando, nos primeiros instantes do espetáculo, os atores Ronan Vaz e Juliana Nazar despem-se diante da platéia em vários ângulos causando um estranhamento impactante.
Ao longo do espetáculo, o bonito figurino é trocado constantemente, sempre em contraste com o nu freqüente, mas não chega ao vulgar, mesmo incomodando em certos momentos por tamanha proximidade. O vermelho quente-sangue-apaixonante predomina em cena, seja nos objetos ou na luz. Filmagens feitas para interação com a cena presente conectaram vídeo e peça rompendo a barreira de tempo. Canções “bregas” embalam as narrativas, que em muitos momentos, lembram filmes de Pedro Almodóvar, tamanha a explosão de emoções pulsantes que impregnam o espetáculo. A influência da performer Sophie Calle, outra inspiração para o grupo, é sentida o tempo inteiro, pois segundo a mesma, a dor é expurgada quando se fala dela, divide-se ela com o outro, o que o grupo faz com maestria.
Percebemos como o diretor realiza habilmente a antropofagia artística e nesse leque de influências nos brinda com uma instigante colagem sensorial e multifuncional.
Em síntese, embora longa, Calle apresenta: uma plasticidade impecável, qualidade estética, cênica, boas atuações, e tem uma densidade que nos deixa com a sensação de que a mesma precisa ser vista mais de uma vez, ou várias vezes.
Tuesday, June 21, 2011
Vamos ao teatro ver OTELO?
No momento em que a cidade de Uberlândia assiste constantemente aos impasses relacionados à demolição do Teatro Grande Otelo, após oito anos de descaso público com o prédio, o grupo Athos de Teatro nos brindou, no mês de maio, com uma envolvente viagem ao universo de Sebastião Prata, o moleque Tião, o MOLEQUE TÃO GRANDE OTELO.
A peça intimista, concebida para 15 espectadores, tem dramaturgia e encenação de Luiz Humberto Arantes e conta com um elenco de seis atores, e era notável que mergulharam num processo de pesquisa intenso para realizar o espetáculo. Destaque para a atriz Aryadne Amâncio que interpretou Grande Otelo com maestria. Foi perceptível no trabalho a preocupação, não em transformar a atriz em homem, mas em se fazer a “otelização” da mesma.
O espaço do Centro Cultural Veredas, velho, com aspecto abandonado foi cenário perfeito para que, caminhando por entre os cômodos, rememorássemos com Otelo, sua família e amigos, momentos importantes de sua vida: a infância pobre, mas com o carinho da avó e da mãe que apoiavam o menino em seus sonhos. A ida para o Rio de Janeiro e seu “jeitinho brasileiro” querendo levar vantagem – aqui por necessidade – na venda do jornal, em cobrar informação, anunciando um “que” de Macunaíma no garoto. A vida adulta boêmia, o trágico casamento, o alcoolismo e seus efeitos... momentos do homem que viveu sempre equilibrando-se numa corda bamba circense.
A iluminação, assinada por Afonso Mansueto, pensada com cuidado para cada ambiente, nos impressiona. Ora está num velho lampião durante a meninice de Tião e, ora no nariz do palhaço que exerce encantamento no moleque com a mágica da menor máscara do mundo. Fica colorida como a alegria do bairro carioca da Lapa, hora como estrelas iluminando a solidão da noite em uma clínica de reabilitação. É, ora, sangue derramado após uma tragédia, hora inquisitória perante o julgamento do artista.
Otelo: culpado ou inocente? Pausa. Pausa longa. Tempo para fazermos a reflexão e dar o veredito final para nós mesmos. Grande Otelo transitou entre o melhor e o pior do ser humano, apenas isso. Viveu. E, como dito por Guimarães Rosa: “viver é muito perigoso”.
MOLEQUE TÃO GRANDE OTELO é fina, sutil, singela, mas nem por isso deixa de ser profunda e densa, um espetáculo obrigatório no momento em que o teatro pratica o abandono do personagem, do texto e coloca o corpo e suas possibilidades acima de tudo. O grupo Athos prova que texto e personagem não estão mortos, podem ser renovados e inovados.
Monday, June 13, 2011
Coulrofobia tem cura?
"Em seus aposentos, o palhaço tira o nariz vermelho, põe seu sorriso no copo, pendura a alma num prego e repousa."
Aconteceu no dia 18/02/2011 às 18h, na praça Oswaldo Vieira Gonçalves, a estreia do espetáculo de clown “Cata, a Megera” pelo grupo uberlandense Anjos da Alegria. A praça e sua arquitetura foi cenário para o grupo e acomodação para a plateia que ali se aglomerou: moradores do bairro Aparecida e estudantes de teatro da Universidade Federal de Uberlândia, ansiosos pela peça e ao mesmo tempo preocupados com a chuva que ameaçava cair a qualquer momento.
Apesar de certa “clownstrofobia” ao gênero teatral em questão, não há como não valorizar um espetáculo de clown de qualidade, como já presenciei alguns. Entre eles, cito “Joana D’arpo” assistido em Ribeirão Preto no ano de 2007, experiência que proporcionou um prazer extasiante por tamanha verdade e beleza do trabalho solo da atriz suíça Gardi Hutter.
Assim como a atriz europeia que se inspirou, para construção de sua personagem, na mulher brava e guerreira “Joana D’arc”, o grupo Anjos da Alegria somou pontos por sugar na fonte shakespeareana, a essência de “A Megera Domada” para a montagem de seu trabalho.
Ambos espetáculos tem uma narrativa e não são apenas gags que (re)conhecemos desde a infância, e que programas de TV ainda hoje insistem em repetir. Mais que o riso fácil e sem criticidade, as peças clownescas possuem o poder de desestruturar verdades cristalizadas, e fazer a contranarrativa de uma sociedade.
Em “Cata, a Megera” por exemplo, há a ridicularização do casamento, considerado por muitos uma instituição falida, na figura da moça que não quer casar porque não se aceitará submissa ao marido, do pai que quer levar vantagem com esse casamento e da irmã que só poderá entregar-se a um amor quando a “megera” casar-se. Catarina, a megera, tem o poder da máxima “to be or not to be” em suas mãos: ser livre e dona de seu nariz, ou ser domesticada e viver à disposição das vontades de seu marido? A situação é resolvida quando Catarina após casar-se contra sua vontade, pois fora amarrada e amordaçada, é domada pelo rústico marido... Por que uma mulher não pode casar-se, viver um grande amor e ao mesmo tempo ter autonomia e voz ativa em sua vida? Essa é a contranarrativa. O problema não é o casamento, mas, a forma como a sociedade o enxerga, como um pensamento binário: ou se é livre, ou se é preso. Uma pena a peça uberlandense não discutir essa terceira possibilidade.
Como elementos de cena o grupo utilizou um tablado colorido ao fundo que serviu de coxia para saída, entrada e esconderijo de objetos cênicos que iam se revelando no decorrer da apresentação, e posicionou a esquerda dessa estrutura alguns instrumentos musicais que eram usados para sublinhar as cenas que se desenrolavam. O tablado e a música faziam-se mesmo necessários ao espetáculo? Penso que seriam dispensáveis e que a peça seria muito bem conduzida sem os mesmos. O figurino, elaborado com apreço, mesclou antiguidade “elisabetana” à peças modernas como tênis ALL STAR e meia arrastão em sua composição.
A paródia e o exagero característicos na “palhaçaria” estavam presentes no espetáculo, assim também como o que é de mais fundamental na essência do palhaço: a disponibilidade para o jogo e para o outro, infelizmente não em todos os atores e momentos. Houve atriz conhecida por nós, ou pelo trabalho, ou por roda de amizade, que parecia não se desvencilhar de personagens vividos em outros trabalhos fora do gênero clownesco, fazendo da peça uma extensão dessas experiências, não que isso seja negativo, mas é apenas uma observação. Houve ator que parecia ainda não estar pronto/envolvido no jogo que se construía no instante da atuação, permitindo que a plateia se desligasse um pouco da peça. Entretanto, houve sim quem teve o prazer de brincar expressando tal desejo através de seu corpo, na voz e na relação com o público, e quando essas pessoas “atuavam”, os expectadores voltavam a se envolver com a narrativa.
O ápice do espetáculo deu-se quando os clowns se dirigiram ao público perguntando como Catarina deveria tratar Petruchio, e claro, a plateia sugeriu algumas situações e os atores tiveram que realizar os pedidos: um amor melodramático, uma noiva cheia de desejo e vontade pelo marido. E é aí que o espírito clown verdadeiramente vive, nesse momento em que as possibilidades de responder aos estímulos externos estão abertas.
“Cata, a Megera” conseguiu estabelecer o momento de comunhão com o público que o teatro de rua busca e, nesse sentido, a contemplação estética renegada a segundo plano não fez com que a peça deixasse de envolver o público. Diferente de “Joana D’arpo”, quando aquela desastrada clown suíça proporcionou ao mesmo tempo: comunhão e contemplação estética, e sendo europeia provou que o riso é universal.
Joana D’arpo lutou, mas morreu. Catarina lutou, mas casou e ficou “boazinha”. E para a alegria geral de todos, a chuva ameaçou, mas disse não e evitou cair naquele fim de tarde em Uberlândia! E enquanto isso, escondo minha aversão ao clown embaixo da cama...
Sunday, June 12, 2011
Teatrinho com qualidade...
A primeira noite do espetáculo adulto do grupo do Rio de Janeiro “Os Tapetes Contadores de História” chamado 3 Horizontes, em Uberlândia, aconteceu no dia 11/03/2011. Baseado em contos de Marguerite Yourcenar, três atores/narradores e uma violoncelista/atriz/narradora dividiram o palco do TEATRO RONDON PACHECO em três narrativas que tinham como link entre elas um caminho trágico que levava à temática da morte.
A primeira história era sobre uma mulher cujo amante morto fora também o assassino de seu marido, e esta vivia entre o desejo e a culpa. Na segunda história, uma mulher presa e “concretada” viva, não abria mão do seu direito de ser mãe, de amamentar o filho até que seu seio secasse. E na terceira narrativa, um pintor chinês acaba integrando-se a sua obra de arte.
Apesar do espetáculo iniciar com um clima instigante aos sentidos, instaurado por música de violoncelo, gelo seco e três atores sentados no palco, vestidos em tons de vermelho, numa espécie de transe, enquanto adentrávamos o teatro e nos acomodávamos nas poltronas, existem vários elementos que não contemplam esteticamente a peça.
O trabalho corporal e vocal de ator ficou a desejar (por talvez esse não ser o foco do grupo), inclusive houve incômodo com o sotaque carioca extremamente carregado do ator Cadu Cinelle. A falta de força e verdade cênica de alguns personagens, como o Imperador da última narrativa decepcionou imensamente por não se ver na atriz um imperador e nem o desejo de fazê-lo. Houve um cansaço generalizado com as narrativas sempre num andamento lento, causando desconforto nas pessoas que não paravam de se mexer e mudar de posição, promovendo um ranger constante das poltronas. E principalmente, a forma ilustrativa/representativa de como o grupo contava as histórias, tropeçando no caricato muitas vezes, não agradou o público. Mas, se o espetáculo foi vencedor do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, alguma coisa especial ele tem.
Embora não tenha caído no gosto da plateia, encontra-se no trabalho assistido algumas características poéticas: beleza nas imagens que se formam, a simbologia das cores que nos afeta e a ressignificação dos objetos que mexem com a imaginação. É interessante como a luz penetra o espetáculo, hora manchando tudo de vermelho (paixão/pecado/sangue), hora em pequenos focos, dando uma importância íntima e pessoal àquele acontecimento narrado. Os silêncios instaurados em alguns momentos são fortes, porque dão a impressão de reflexão profunda do personagem e de cada espectador presente. Deixar-se afetar por esse universo de cores e significados, em muitos momentos, nos faz esquecer de prestar atenção ao texto das histórias e mergulhar nessa beleza plástica que toma conta do palco, aliás, muito bem distribuído e utilizado.
Talvez não devêssemos ver o espetáculo 3 Horizontes como uma peça teatral, mas sim como um momento de ouvir uma contação de histórias, método já tão ultrapassado nesse momento em que teatro quase não tem texto e muitas vezes assistimos apenas corpos e suas potencialidades. Dessa forma, o que deixou a desejar esteticamente se compensa com a sinestesia de cores, sentidos, significados, sabores, dança e música presentes nas narrativas. Nesse sentido, o “demonstrar o que se diz”, a grande crítica negativa entre o público em relação à peça, ganhou qualidade. E provavelmente aí sim, encontramos a explicação para o trabalho ter sido prestigiado com um prêmio cultural.
A primeira história era sobre uma mulher cujo amante morto fora também o assassino de seu marido, e esta vivia entre o desejo e a culpa. Na segunda história, uma mulher presa e “concretada” viva, não abria mão do seu direito de ser mãe, de amamentar o filho até que seu seio secasse. E na terceira narrativa, um pintor chinês acaba integrando-se a sua obra de arte.
Apesar do espetáculo iniciar com um clima instigante aos sentidos, instaurado por música de violoncelo, gelo seco e três atores sentados no palco, vestidos em tons de vermelho, numa espécie de transe, enquanto adentrávamos o teatro e nos acomodávamos nas poltronas, existem vários elementos que não contemplam esteticamente a peça.
O trabalho corporal e vocal de ator ficou a desejar (por talvez esse não ser o foco do grupo), inclusive houve incômodo com o sotaque carioca extremamente carregado do ator Cadu Cinelle. A falta de força e verdade cênica de alguns personagens, como o Imperador da última narrativa decepcionou imensamente por não se ver na atriz um imperador e nem o desejo de fazê-lo. Houve um cansaço generalizado com as narrativas sempre num andamento lento, causando desconforto nas pessoas que não paravam de se mexer e mudar de posição, promovendo um ranger constante das poltronas. E principalmente, a forma ilustrativa/representativa de como o grupo contava as histórias, tropeçando no caricato muitas vezes, não agradou o público. Mas, se o espetáculo foi vencedor do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, alguma coisa especial ele tem.
Embora não tenha caído no gosto da plateia, encontra-se no trabalho assistido algumas características poéticas: beleza nas imagens que se formam, a simbologia das cores que nos afeta e a ressignificação dos objetos que mexem com a imaginação. É interessante como a luz penetra o espetáculo, hora manchando tudo de vermelho (paixão/pecado/sangue), hora em pequenos focos, dando uma importância íntima e pessoal àquele acontecimento narrado. Os silêncios instaurados em alguns momentos são fortes, porque dão a impressão de reflexão profunda do personagem e de cada espectador presente. Deixar-se afetar por esse universo de cores e significados, em muitos momentos, nos faz esquecer de prestar atenção ao texto das histórias e mergulhar nessa beleza plástica que toma conta do palco, aliás, muito bem distribuído e utilizado.
Talvez não devêssemos ver o espetáculo 3 Horizontes como uma peça teatral, mas sim como um momento de ouvir uma contação de histórias, método já tão ultrapassado nesse momento em que teatro quase não tem texto e muitas vezes assistimos apenas corpos e suas potencialidades. Dessa forma, o que deixou a desejar esteticamente se compensa com a sinestesia de cores, sentidos, significados, sabores, dança e música presentes nas narrativas. Nesse sentido, o “demonstrar o que se diz”, a grande crítica negativa entre o público em relação à peça, ganhou qualidade. E provavelmente aí sim, encontramos a explicação para o trabalho ter sido prestigiado com um prêmio cultural.
Thursday, June 09, 2011
PARADA DE RUA
Namorado e filho apreciando PARADA DE RUA - LUME. Foto by Leka.
1º de maio, 16h, Praça Tubal Vilela – Uberlândia/MG
Estranhar, pelo fato de esperar uma narrativa linkada. Mas, apreciar por ver expostos na rua corpos vivos e extra cotidianos, e potencialidades vocais conquistadas com todo o afinco que o grupo LUME Teatro nos oferta com seus tantos anos de trabalho (desde 1985), tornando-se uma das companhias mais renomadas do país.
O título “Parada de Rua” nos remete ao ato de desfilar em comemoração a algum dia festivo. No caso, casou-se com a data de 1º de maio, DIA DO TRABALHADOR, e ao mesmo tempo, instaurou-se um clima de zombaria com a data devido a presença clownesca na “peça”, mesmo que nenhum ator usasse a máscara, mas percebeu-se as características da palhaçaria quando o cortejo “cênico-musical” percorreu a Praça Tubal Vilela em Uberlândia. Ora se viam em cena loucos, ora uma fanfarra militar, ora atores/músicos/performers tocando, dançando, cantando músicas populares do Brasil e do mundo. O grupo explorou o espaço da praça, movendo o aglomerado de pessoas (a grande maioria do meio teatral, como sempre) a segui-los, instaurando o clima festivo e alegre das comemorações coletivas.
O fluxo de movimentação constante, muitas vezes desnecessárias, e o fechar do público em redor do grupo, como numa grande roda de ciranda, mas em alguns momentos com uma circunferência apertada para os parâmetros da praça, foram fatores negativos do espetáculo, pois cansou e impediu pessoas de poderem ver o que acontecia no centro da apresentação. Tantas vezes fiquei a apreciar apenas o que eu ouvia, mas nada via.
Em 14 anos de “Parada de Rua”, uma vez que a estreia deu-se em 1997, creio que a “performance” do grupo tenha conseguido sempre estabelecer um acontecimento único, que nunca se repete, uma vez que está em intercâmbio com diversas culturas e diversos públicos, penso em como o grupo incorpora isso e como tudo isso reverbera em mais de uma década da mesma apresentação que nunca é a mesma.
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