Leka e Kaverna

Monday, February 21, 2011

Para ela...




(Já faz alguns anos que escrevi...)

E hoje me lembrei de você. Do seu sorriso. De toda a sua paixão. Daquela segurança que eu admirava. Quantas vezes não lhe disse que queria ser como você? Mas não conseguia... confiante demais, segura demais, inteligente demais. Quantas tardes juntas, e com você, tantas coisas pela primeira vez. Quantos sábios conselhos me deu, e eu, tão ingênua, não ouvi...
Por que fez isso? Acabou a confiança? Desapareceu a segurança? Era uma vez uma inteligência? Faltou um arco-íris após a fria chuva? Não havia estrelas ou lua na noite escura? Sumiu o cobertor para aquecer do inverno?
Por que fez isso? Queria que ainda estivesse aqui... mas você quis ir embora antes da hora. Eu lhe admirava tanto, queria tanto ser como você, quantas tardes juntas, quantas coisas juntas. Por que se foi sem me ensinar tudo?
Talvez eu entenda, quis encontrar Rimbaud logo, hein espertinha? E aí, como ele é? Pra ser sincera, eu o acho meio arrogante. Faz um favor, diz para o Renato que ele tinha razão: “os bons morrem antes...”
Não importa onde esteja, amiga, vai estar sempre viva em meu coração, com aquele jeitinho tão seu, rindo na escada do seu prédio, comprando “Amanditas” para o lanche, tomando chope escuro no shopping, assistindo aula de óculos escuros, trabalhando tão séria no computador enquanto eu folheava suas revistas, e naquele silêncio que se instaurava eu lhe admirava tanto e você nem sabia.
Queria ser como você: tão confiante, tão segura, tão inteligente... tão segura.