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Wednesday, October 28, 2009
Sal e Mel
Sal e mel. Sal amargo. Mel fétido. E a ferida coberta, entreaberta, (re) aberta, molhada de sal e mel.Prazerosa dor que o tempo insiste em fazer voltar-revoltar com tanto sal e mel. Meu sal amargo. Seu mel fétido. E faz rir, melhorar, curar, arder, coçar, ferir, doer. Soçobrar numa noite, por uma semana, dois meses. E renascer do sal e mel que se misturam num ritual de fogo e canções ensandecidas cujos refrões alucinógenos desejam mil glórias. Sal paraíso. Mel inferno. E no cadafalso ecoando "The Grand Duel" tarantinado, quem se esfalfelará mais? Quem aguentará até o final enquanto os cortes são banhados de sal e mel? Quem de nós dois? Quem é o mais forte?
Quem cederá? Quem será o maldito arrivista? Ou não haverá quem o seja entre nós? Haverá apenas essa guerra sal e mel? Eterna em mim até quando? Por que você se limpa tão fácil e eu fico cansada, suada, melada de um amargo fétido, sempre? Sal e mel... sempre.