Leka e Kaverna

Tuesday, March 04, 2008

Funeral



Ali, naquela escura sala da velha igreja jazia o corpo frio, sofrido e esquálido dele. A única pessoa que realmente se importava com ela... Por que ele a deixou assim? Ela fechou os olhos e recordou-se da casa no campo, do balanço de pneu na árvore, dos piqueniques no gramado, dos passeios na garupa da velha bicicleta, do cheiro de peixe fritinho quando ele voltava das pescarias. Começou a chorar convulsivamente, foi até o caixão, beijou ternamente sua testa, depositou flores: narcisos, as preferidas dele, ao lado de seu corpo e saiu correndo dali...
Pegou a estrada de terra e seguiu sem rumo... não sobreviveria a morte do avô querido.
(Alessandra Ramos Massensini)