Leka e Kaverna

Wednesday, August 08, 2007

Marina...

E naquela noite, após ela ter se sentido tão só, apesar da companhia do seu anjo da guarda de chupeta, ele ligou dizendo que ia rolar uma festa na casa deles, tudo bem, não era o que ela havia planejado para aquela noite fria de sábado, mas queria bem tudo o que lhe deixasse feliz naquele momento de sua luta para largar o inimigo maldito e destruidor.

Tempo depois, ele chegou com a turma que não se inibiu em reapresentar a ela uma ex- conhecida, a Marina... ela se sentiu enciumada por saber que Marina passou a tarde com seu homem, sem tentá-lo, claro... até porque Marina pode ser o máximo, mas ele não vai com sua cara, inclusive falou mal da garota tantas vezes, até ameaçou a amada, ai dela se andasse com a moça!!!

E olha que a danada era fascinante, misteriosa. No fundo, ela queria trocar idéia com Marina. Então, aos poucos, timidamente e disfarçadamente, enquanto seu homem era o churrasqueiro da vez, ela puxava um assunto com Marina sim, dava tapa em velhas teorias e aguçava os sentidos para entendê-la e a ela, e a todos aqueles “amigos” ali disputando o som entre tapas e tragadas de vinho... o que tocar: Ramones ou Red Hot Chili Peppers??? Ganhou o cd mais estourado do momento: CALIFORNICATION...

OTHERSIDE por inúmeras vezes testemunhou brindes a Baco naquela noite invernal na “paradise city”. E Marina ali. O álcool no corpo da amiga não a deixou mais com medo do que o homem amado pensaria dela se ficasse na maior onda com Marina, e quando ela viu, estava relaxadíssima, divertindo-se com ela... estava tudo tão prazeroso... mas no fundo, o anjo da guarda de chupeta sobre seu regaço, a reprovava, ela sentia... mas lucidez o tempo todo cansa. E ela deixou-se embarcar e viajar nos efeitos dessa amizade proibida... Marina... Marina e vinho... vinho, vinho, vinho... Marina.

De repente, caos... a pobre moça olhava fixamente para um ponto na parede, visão turva, lábios sequiosos, alguma coisa estava acontecendo e seu anjo já havia ido dormir... Alguém disse: “Ela não está bem”, e não foi Marina. O homem amado aproximou-se dela e tomou suas mãos trêmulas e frias, tirando-a dali, guiando-a para um lugar seguro: a privada...

Que cena deprimente houve... ela ajoelhada, submissa àquele trono, expurgando o mal que seu corpo consumira. Vômito misturado às lagrimas que gritavam pelo perdão do amado, ele que estava ali em pé ao seu lado, enquanto Marina saiu de fininho e foi embora sem avisar... Maldita seja!!! Bem que seu amor avisou que essa vadia não prestava...

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A pobre moça acordou na manhã seguinte, na cama deles. Ele estava lindo, perfumado e havia feito o café da manhã, ela cheirava a lixo... Ela perguntou a ele como havia sido o fim da festa e ele disse que foi tudo bem... Ela disse que estava envergonhada e ele pediu pra que não esquentasse, acontecia... sorriu, destruída pelo efeito bombástico da noite anterior, pela ressaca moral, por ter caído na onda da Marina piranha... ela precisava de um banho.

E no dia que se seguiu, o amado cuidou dela, pediu Bifum pro almoço, viu TV com ela, acompanhou-a em uma festinha infantil... O anjo acordado juntinho deles, abençoando o casal... Ah, podia ser sempre assim, mas a recaída dele viria, ele estava doente e não sabia...

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Nesse dia “amigos” ligaram o dia todo pra ver se ela estava bem, outros até compareceram pra conferir... mas a Marina que é bom, desapareceu sem deixar vestígios.